CAMINHOS DA VIDA, tem como objetivo registrar alguns dos artigos escritos por AIDA LUZ — militante do Racionalismo Cristão, Filial Seixal, Portugal — que com sua perspicácia, disciplina, determinação e, principalmente, sua sensibilidade aflorada tem sabido utilizar-se da pena para escrever artigos com valorosos ensinamentos, incentivando e elevando todos aqueles que buscam o crescimento espiritual.

NÃO PODEMOS SABER NOSSA CLASSE ESPIRITUAL

"Quando nos aproximamos da 17a classe, nossos pensamentos clareiam"
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Só quando o espírito desencarna e enfrenta seu quadro fluídico, vendo o que fez e o que lhe falta fazer, pode ter a exata percepção da classe da qual faz parte. Sabemos que nunca desceremos de classe, porque o que angariamos para ser registado no nosso acervo espiritual não perderemos jamais. Entretanto, conforme nosso procedimento, podemos evoluir ou estacionar.

 
É impossível saber, exatamente, enquanto encarnados, qual o nosso grau de evolução, porém, quanto mais nos aproximamos da 17ª classe, mais claros vão ficando nossos pensamentos e conseguimos perceber melhor a nossa situação.
Nunca devemos, porém, pensar estarmos no ponto mais elevado. Pretender estar no ponto mais alto seria de nossa parte uma temeridade, que nos poderia provocar grande atraso espiritual, se movidos pela vaidade.
Estamos neste planeta porque ainda não evoluímos o suficiente para não mais encarnar, a não ser em raras exceções de espíritos que vêm cumprir missões especiais. Seria muita pretensão de nossa parte pensar ser um desses espíritos.

Quando um espírito chega ao ponto de não mais precisar encarnar, sua forma de sentir é singular. Um espírito assim sente diferente de nós. No seu subconsciente, sabe que tem que permanecer encarnado. Ele procura fazer tudo dentro da lógica, da moral, da justiça, em conformidade com o que está estipulado nas leis universais, respeitando as leis dos homens, tendo a noção exata do que deve fazer, procurando não violar regras, mas nem assim se sente completamente satisfeito.

Pesa nele aquilo que o seu semelhante faz e acaba por envergonhar-se.

Eis as razões: olha para seus familiares e amigos e pergunta-se o que sentirá quando desencarnarem. É estranho, mas ele sente que não vai conseguir sentir as lágrimas, a tristeza, o desespero que os outros sentem. É certo que sabe que sentirá saudades, mas de uma forma totalmente diferente.
 
Para ele isso é natural, trata-se de um processo pelo qual todos têm que passar. No final do processo, irão, novamente, pertencer ao Todo, como migalhas de um bolo que não se diferenciam. A mistura é tão perfeita, que não há lugar para diferença.
 
Assim, o espírito pensa que, tendo pertencido a diversas famílias, por vezes até às mesmas, tendo tido tantos pais, tantas esposas ou esposos, tantos filhos, como poderia fazer diferença entre eles?

Quando chega a esse ponto, a visão é totalmente diferente. Sente que não pode fazer diferença, seria injusto, e, ao chegar a essa perfeição, não pode haver injustiças.

 
O espírito, quando deveras evoluído, sente-se abalado com posições que são tomadas neste mundo. Acaba por não pensar nele, em primeiro lugar, mas sim nos outros.
 
É incapaz de desejar o mal seja de quem for. Se houver uma zanga com um seu igual, embora procure não pensar nesse "ser" para não sofrer as conseqüências negativas, sentirá uma vontade enorme de que ele se modifique.
 
Algo estremece, no mais recôndito do seu ser, quando vê que outros sofrem ou erram, alcançando-os com seus pensamentos mais puros, irradiando-os com o desejo de que reflitam e procurem emendar-se.
 
Quando alguém lhe faz um reparo injusto, pode até compreender e aceitar, mas é como se lhe rasgassem as entranhas, pois ele jamais pensa mal de quem quer que seja e tudo quanto faz é em sentido de melhoria para o outro, seu irmão em essência.
 
Quando alguém lhe pede alguma coisa, que vê ser de fato necessário, mas não tem como satisfazer, fica triste, insatisfeito, preocupado, quase ‘doente’, por causa de sua incapacidade de ajudar.
 
São pequeninos detalhes que o espírito sente, e o mais que pode acontecer é imaginar que não está numa classe muito atrasada, pois sua consciência ativa sabe que tal procedimento não pode pertencer a um espírito muito atrasado.
 
Pode, pois, servir-lhe de exercício para cálculo da sua classe evolutiva. Entretanto, julgar-se superior, já é demais. Há que ter cuidado e não se elevar demasiadamente, para que não haja uma queda vertiginosa.
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NÃO PODEMOS SABER NOSSA CLASSE ESPIRITUAL
Aida Almeida Lopes da Luz

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