Em frente a mim, neste momento de reflexão, ao deixar vaguear meu pensamento e sentindo-me embalar por um suave e calmo silêncio do qual apenas sobressai o manso oscilar da folhagem nas árvores, vejo alguém que me mostra o risonho florir do desabrochar de uma nova aurora.
É uma noiva envolvida em brancas vestes, olhar puro, sereno e esperançoso de um porvir que toda a noiva espera no seu dia de casamento.
A trágica morte engoliria, porém, nas suas garras, ao sabor turbulento das vagas de um mar encapelado, todos os sonhos, a ilusão de um futuro que não se chegaria a realizar, ficando apenas a saudade, a certeza de que, sobrevivendo, jamais teria acabado tão doce enleio, verdejando eternamente o tapete que calaria na fresca relva, o vaivém constante da ave esvoaçante, ao som da brisa matinal.
Que quererei com isto dizer, me perguntarão certamente, e muito bem, os caros leitores?
Pois que mais será a noiva que noiva continue durante toda a sua etapa? E que longa etapa será a dela!...
Nos tempos que já lá vão, essa etapa era coroada por linda grinalda de reluzente ouro mas, agora, quanto mais se avança no progresso, mais se torna sem brilho nem cor.
Infelizmente a felicidade só perdura raras vezes e, algumas delas, nos rostos daqueles que vêem sua vida interrompida nos primeiros dias de seu enlace matrimonial, quando ainda vivem num mar de ilusões e de doces quimeras.
E que fazer? Surge a pergunta. Sim, que fazer? O normal já não se faz, porque se tornou normal fazer o que é anormal.
O casamento é hoje uma palavra vã, salvo em raras excepções.
Se outrora se casava para se ter um companheiro, um amigo, um lar, um pai para nossos filhos (esse a quem tudo dávamos e de quem recebíamos o que nos quisesse dar), agora procura-se um amigo, um camarada que nos proporcione uma vida cheia de luxo, de prazer, custeando todos os nossos caprichos.
Liberdade feminina? Talvez seja esta a amarga realidade, mas não é tudo, porque o mesmo se passa com o homem e, sendo assim, como a poderemos chamar, neste caso?
Ambos fazem hoje do casamento uma ponte que é preciso passar para terem acesso a algo que fica mais além.
Uns, completa liberdade num lar onde não querem sequer justificar uma saída, um procedimento.
Outros, uma maneira de emancipação social e, infelizmente neste ponto, peca às vezes mais o homem que a mulher. Ele, que deveria mostrar a força, o poder de criação, de emancipação, de realização, quer ascender a uma posição que não mereceu por mérito próprio mas, sim, através de uma união que, por capricho ou vaidade, lhe franqueou as portas do sucesso desejado.
Infelizmente talvez muitos sejam obrigados a concordar comigo, pois, meditando sobre isto, vêem a razão da própria frustração.
Juntos então poderemos formular um voto. Voto de mudança para esses que caminham ou desejam caminhar erradamente. Voto de reflexão e de coragem, propondo-se a eles próprios uma mudança que, embora lenta, seja radical, tornando-os dignos de sua própria imagem.
É uma noiva envolvida em brancas vestes, olhar puro, sereno e esperançoso de um porvir que toda a noiva espera no seu dia de casamento.
A trágica morte engoliria, porém, nas suas garras, ao sabor turbulento das vagas de um mar encapelado, todos os sonhos, a ilusão de um futuro que não se chegaria a realizar, ficando apenas a saudade, a certeza de que, sobrevivendo, jamais teria acabado tão doce enleio, verdejando eternamente o tapete que calaria na fresca relva, o vaivém constante da ave esvoaçante, ao som da brisa matinal.
Que quererei com isto dizer, me perguntarão certamente, e muito bem, os caros leitores?
Pois que mais será a noiva que noiva continue durante toda a sua etapa? E que longa etapa será a dela!...
Nos tempos que já lá vão, essa etapa era coroada por linda grinalda de reluzente ouro mas, agora, quanto mais se avança no progresso, mais se torna sem brilho nem cor.
Infelizmente a felicidade só perdura raras vezes e, algumas delas, nos rostos daqueles que vêem sua vida interrompida nos primeiros dias de seu enlace matrimonial, quando ainda vivem num mar de ilusões e de doces quimeras.
E que fazer? Surge a pergunta. Sim, que fazer? O normal já não se faz, porque se tornou normal fazer o que é anormal.
O casamento é hoje uma palavra vã, salvo em raras excepções.
Se outrora se casava para se ter um companheiro, um amigo, um lar, um pai para nossos filhos (esse a quem tudo dávamos e de quem recebíamos o que nos quisesse dar), agora procura-se um amigo, um camarada que nos proporcione uma vida cheia de luxo, de prazer, custeando todos os nossos caprichos.
Liberdade feminina? Talvez seja esta a amarga realidade, mas não é tudo, porque o mesmo se passa com o homem e, sendo assim, como a poderemos chamar, neste caso?
Ambos fazem hoje do casamento uma ponte que é preciso passar para terem acesso a algo que fica mais além.
Uns, completa liberdade num lar onde não querem sequer justificar uma saída, um procedimento.
Outros, uma maneira de emancipação social e, infelizmente neste ponto, peca às vezes mais o homem que a mulher. Ele, que deveria mostrar a força, o poder de criação, de emancipação, de realização, quer ascender a uma posição que não mereceu por mérito próprio mas, sim, através de uma união que, por capricho ou vaidade, lhe franqueou as portas do sucesso desejado.
Infelizmente talvez muitos sejam obrigados a concordar comigo, pois, meditando sobre isto, vêem a razão da própria frustração.
Juntos então poderemos formular um voto. Voto de mudança para esses que caminham ou desejam caminhar erradamente. Voto de reflexão e de coragem, propondo-se a eles próprios uma mudança que, embora lenta, seja radical, tornando-os dignos de sua própria imagem.
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REFLEXÃO E CORAGEM / AOS ENAMORADOS
Aida Almeida Lopes da Luz